Maria enfrenta o mundo depois da pandemia (PORTO-02-PT)

Maria tem 21 anos e é estudante. Vive com os seus pais e avós.

Durante a Pandemia de COVID-19 ela esteve em isolamento total, recusando-se a sair de casa até em situações em que tal era permitido, como fazer compras essenciais ou passear um animal de estimação. Quando o isolamento obrigatório terminou, o simples ato de pensar em voltar às aulas já era suficiente para a deixar profundamente ansiosa.

Desde aí, ela não conseguia sequer imaginar entrar novamente em transportes públicos, ou estar numa sala de aula cheia de colegas. Tinha medo de ser infetada e transmitir o vírus, especialmente aos seus avós.

Maria decidiu frequentar apenas as aulas práticas, pois eram obrigatórias e tinham menos alunos presentes. Ainda assim, inventava sempre várias desculpas para faltar às aulas sempre que se sentia mais ansiosa.

Numa aula em concreto, ela decidiu enfrentar a ansiedade e não sair da sala quando ela se começasse a fazer sentir, mas a situação descontrolou-se rapidamente. Maria sentiu-se paralisada. Tudo lhe parecia irreal e distante, tal como se de um filme se tratasse. O ritmo cardíaco e a respiração aumentaram drasticamente e ela ficou pálida.

Através da observação da linguagem não-verbal de Maria, o professor identificou os sintomas do aumento da ansiedade.

Fez um intervalo para reduzir o número de alunos presentes e a exposição pública. Pediu ao representante dos alunos para chamar um auxiliar e para em seguida regressar e permanecer na sala de aula.

Perguntou à Maria se ela tinha problemas respiratórios diagnosticados, como asma ou outra doença. Após a Maria abanar a cabeça, indicando um “não”, o Professor deu-lhe um saco de papel e indicou-lhe que respirasse para dentro dele à medida que seguia as suas instruções.

Ele pediu a Maria que tocasse nas roupas dela, que se focasse nas sensações e nas texturas e que as descrevesse.

Quando os sintomas diminuíram, ele sugeriu que Maria saísse da sala acompanhada pelo representante dos alunos e pelo auxiliar e que aguardassem numa outra sala.

Disse-lhe que estaria disponível para falar com ela no final da aula ou em outra altura, caso ela quisesse.

O Professor explicou que já tinha tido experiências anteriores semelhantes com outros alunos. Falou-lhe de estratégias que ela poderia aprender, assim como na ajuda disponível na Escola/Universidade da qual ela poderia usufruir.